O vinho na sua taca: A lenda do teor alcoolico

Primeiro desculpas pelos quase 1 mes fora do ar e segunda pela falta de acentos mas estou me debatendo com meu ipad. Depois de um pequeno acidente de carro ( na verdade esta mais para um incidente) posso finalmente voltar a minha rotina de escrever, tomar vinhos e curtir uns poucos e bons amigos, mesmo que virtualmente.

Hoje apos um churrasco e algumas garrafas do Crios da Suzana Balba uma conversa acabou gerando uma unanimidade que acredito seja tambem o conceito de muitos (dos 3 ou 4 leitores deste blog) sobre o teor alcoolico dos vinhos. Muita gente relaciona a qualidade do vinho com seu teor alcoolico elevado.

Sim, efetivamente o teor alcoolico pode defiir a qualidade de uma safra, afinal, quanto mais horas de insolacao, mais acucar e, por consewuencia, mais alcool. Mas as safras ruins podem ser chaptalizadas, ist quer dizer, podemos adicionar acucar para aumentar o teor alcoolico, safra boa ou safra ruim, o teor de alcool do vinho nem sempre vai representar sua qualidade.

Sempre tem que ter um "mas", mas...vamos entender o que o processo de chaptalizacao significa ai voce pode formar uma opniao ao inves de simplesmente aceitar ou nao essa interferencia.

O alccol obtido pela chaptalizacao nao prejudica a qualidade do vinho. O problema nao esta na qualidade do alcool, que muiros acreditam poder detectar na boca, mas no desequilibrio. Se o teor de acucar da uva estiver baixo, a acidez estar alta, porque nao aconteceu fotossintese suficiente para permitir a transformacao.

Os vinhos das regioes quentes e ensolarados como o nosso vale so Sao Francisco ou a California, Argentina, Australia e Chile, tem teor alcoolico mais elevado, mas isto nao significa que seja melhores. Pelo contrario, o alcool pode causar problemas. O vinho pode nao ter a concentracao de furtas suficiente para compensar o alcool, deixando o vinho "alcoolico". Esse motivo deixa, por exemplo, uvas como a Pinot Noir, muito dificeis de terem sucesso em paises muito quentes, vindo das regioes frias os melhores exemplares.

Embora o mundo parece preferir vinhos cada vez mais potentes, encorpadas, ou seja alcoolicos e concentrados, a virtude nao esta na forca, mas no equilibrio, no balanco.

Teor alcoolico, acidez, acucar residual e taninos complementam-se mutuamente, de modo que nenhum deles predomine no palato. O equilibrio faz-se uma caracteristica do vinho fortemente relacionada como sabor.

Agora falando direto ao ponto: O vinho que vai na sua taca.

Nao se pode escolher o vinho pelo teor alcoolico elevado. Voce ja deve ter ouvido do Barca Velha e do Romanee-Conti. Esses icones estao em torno de 12,5%.

Vinhos Argentinos e Chilenos co m12,5% podem ser suspeitos de virem de uvas de baixa qualidade (nao permitem a chaptalizacao nessesaises).

O alcool excessivo, acima de 15% pode ser um mau sinal. Existem raras excecoes e provsvelmente vao causar uma sensacao ruim na sua boca.

Em Bordeaux, Rhone e Bourgogne, maiores teores alcoolicos podem sim corresponder a boas safras.

O vinho ideal na minha opniao pode ser um europeu com um pouco mais de alcool, ou um americano com um pouco menos.

Espanha e Portugal estao trilhando este caminho.

Porto...isso eh uma outra historia..

Vale a pena experimentar