O vinho na sua taça: Textura

Enquanto não posso voltar a prática e postar minhas percepções aqui, vou falar sobre mais um detalhe para quando você se deparar com um vinho. Dessa vez sobre textura na sua boca.

A acidez e a doçura têm papeis fundamentais e até decisivos quando você tem que escolher um vinho para harmonizar com seus pratos, mas elas só são realmente expressivas quando estamos diates de um vinho branco. No vinho tinto como disse em postagens anteriores o importante é a textura, aquela sensação de aspereza ou uma certa rugosidade que o vinho deixa na sua boca que o responsável é o nosso amigo tanino.

O tanino vem da casca da uva e da barrica de carvalho e tem um papel muito importante na estrutura do vinho, particularmente se o vinho vai evoluir em uma adega. A ação que o tanino provoca é a adstringência, não é por via de regra, o que podemos chamar de gosto mas sim uma sensação tátil, provocada pela anulação do efeito lubrificante de uma proteína que temos na saliva na presença desse componente. Não entendeu ? Morda uma banana ou caqui verde.

A quantidade de tanino contido num vinho é função da uva. Algumas cepas to tipo " casca grossa" como a Cabernet, Nebbiolo, Tannat, Syrah e Merlot têm muito tanino já outras como Rondinella, Bonarda, Crvina, Dolcetto e outras do tipo " casca fina" possuem muito pouco tanino.

Além desses detalhes o clima influi diretamente nos taninos. Quanto mais ensolarado for o amadurecimento mais macio será o vinho.

E por fim nosso amigo o enólogo pode conduzir o vinho para ter mais taninos para um vinho de guarda ou menos tanino para um consumo ainda jovem. Os Beaujolais e Valpolicella quase não tem taninos.

O tanino tambem é o maestro da orquestra responsável pelo envelhecimento do vinh. O s vinhos mais jovens têm os taninos mais duros que vão amaciando com a evolução (lembre de seus filhos adolescentes). Quanto mais duros os taninos, maior a vida do vinho.

O tanino pode ser a estrela ou o vilão da sua refeição, dependendo dos pratos servidos.

Combinado com peixe, o tanino vai gerar uum gosto desagradável e com alimentos muito salgados vai tornar-se amargo. Por isso, ao contrário do que muita gente pensa , vinho tinto não se dá muito bem com queijos.

O vinho áspero tambem se dá mal com pastas lisas, assim fuja do macarrão al dente com cabernet.

Carnes são os maiores aliados dos vinhos tânicos porque compensam ssua adstringência e harmonizam a combinação. Minha dica fica para a combinação com carne de cordeiro. A sensação é mágica. Prove umas costelas com tannat do uruguai e depois me conta.

Vinhos com um sabor mais austero e seco quando sozinhos, ao entrar em contato com a carne ficam macios, cheio de charme e desenvolvem sabores realmente complexos.

A adstringência é o atributo que separa os conhecedores dos leigos, quem gosta, exige, quem não gosta odeia.

Vale a pena experimentar