Coisas do Vinho

Quando falam de vinho, muita gente se sente intimidado. Seja pelo ritual, seja pelos preços e lendas ao redor de alguns rótulos. Por enquanto, e espero que seja sempre assim, ainda prefiro abrir uma honesta garrafa para beber vinho do que para falar dele. O que entendo do assunto daria para pouco mais do que uma onomatopéia perto de tanta gente boa da ABS e outras confrarias que tenho o prazer de acompanhar.

Tarefa mais difícil que falar é escrever, mas pré-requisito para isso, é desenvolver o olfato, visão e paladar as palavras que o vinho pede que sejam ditas sobre si. É aí que a coisa pega pra muita gente. Parecia impossível tornar uma degustação algo simples, fácil e sem afetações para pessoas sem o costume do vinho. Mas isso aconteceu.

Utilizei o tema "Outono" para conduzir a degustação. A idéia era provar quatro tintos europeus que seriam vinhos para um estação mais fresca e seca como o outono.

Aqui já posso fazer minha primeira observação: os vinhos eram tão bons que não me incomodo em bebê-los o ano todo. Mas enfim, os vinhos de outono que selecionei foram os seguintes:

. Dão Touriga Nacional 2000, Quinta dos Roques (Dão, Portugal)
. Gran Feudo Viñas Viejas 2000, Julián Chivite (Navarra, Espanha)
. Château de Maucaillou 97 (Bordeaux, França)
. Amarone Classico 'I Castei' 99, Michele Castellani (Veneto, Itália)

Para uma degustação entre amigos ou para pessoas que estão iniciando acho importantíssimo que a degustação aconteça em um ambiente o mais relaxado possível e a degustação foi daquelas harmonizações perfeitas entre a simpática acolhida dos anfitriões e amigos a este apaixonado por vinho. Confesso que minha contribuição foi menos que 10%. os vinhos falaram por sí.

Foi muito bacana poder comparar os aromas e sabores de vinhos tão bons e aprender um pouco sobre suas histórias e poder passa-las pra frente. Terminamos a noite se não mais entendidos em vinhos, pelo menos com a boca cheia de novos sabores – frutas secas, terra molhada e couro, por exemplo – e provando dois pratos deliciosos que preparam de surpresa.

Na minha modesta opinião, o Gran Feudo foi o vinho que melhor se harmonizou com o bom papo reinante. Não se sabe se foram os aromas, o sabor ou a quantidade nem se meus amigos concordam com minha escolha, mas o espanhol e seus colegas de taça fizeram com que pessoas que mal se conheciam saíssem de lá quase como velhos amigos. Coisas do vinho.

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