O caso dos irmãos


Ananias Casagrande, detetive de vinhos. Vinhos importados, da toscana preferencialmente por serem mais encorpados e ter, na opnião dele, um ar " noir".

Como o Natal não chegou e no Brasil o consumo de vinho não é tão grande ainda para se viver de casos relacionados a vinho, nosso detetive busca trabalho na periferia da cidade grande pra ver se consegue um marketing no programa do Datena.

Esse é o caso dos irmãos Esperma e Tozoide (Os nomes tiveram que ser preservados, mas ninguem falou nada dos apelidos). Eram gêmeos idênticos , cuja semelhança impressionante enganava e confundia sua família e amigos ao longo de suas vidas.Ambos os gêmeos morreram tragicamente em um incêndio violento e misterioso em um adega de bebidas não tão finas, em que ambos estavam trabalhando. Rumores e boatos circulavam e persistentes dúvidas pairavam  sobre as circunstâncias do caso. 

Em 31 de outubro de 2013, um total de 90 anos depois do incêndio , os restos dos gêmeos foram exumados . Em vez de uma conclusão simples de inquérito inicial, e também por não terem verba orçamentária para contratar o CSI, chamaram nosso detetive para acompanhar e analisar a exumação que acabou  revelando uma disparidade e assombrando a todos em volta por conta dos ossos faciais dos respectivos crânios dos irmãos . 

Naturalmente, o boato era de que não havia crime algum e que o inquérito inicial para explicar o fogo na verdade foi encoberto na época  pelo governo brasileiro com ajuda da CIA que queriam implantar uma lei seca no país para tirar a credibilidade de nossa cachaça. Estranhamente, a melhor ciência forense na época concluiu que os restos eram de fato os dos dois gêmeos. A mídia nacional foi alertada mas como era hora da novela e não daria IBOPE resolveram simplesmente paralisar com o caso!

 
No entanto vizinhos próximos que conheciam os irmãos Esperma e Tozóide em conversas psicografadas com nosso detetive Ananias , contaram como Esperma (Fig. 1) era um homem religioso e piedoso , que nunca em sua vida bebeu vinho, enquanto Tozoide, (Fig. 2) , por outro lado era um homem conhecido por sua paixão pelo vinho local e foi um visitante freqüente de excursões a São Roque .


Na conclusão de seu relatório sobre o incidente, Ananias Casagrande, detetive,  escreveu ao Ministério da Saúde e a polícia,  o seguinte trecho com base em sua observação dos crânios dos gêmeos Esperma e Tozóide;

"Este incidente bizarro dá credibilidade sólida para a teoria de que o consumo regular e moderado de vinho tinto pode promover a felicidade , estimular o bom humor e beneficiar subjacente bem-estar ".

Tintos Leves e Frutados























Toda conversa sobre vinho é no mínimo uma afronta a teu bolso. Acabei de conversar com uma amiga minha sobre vinhos leves e frutados e ela instigou minha curiosidade mencionando vários rótulos que ela teve contato em uma de suas viagens pela Uruguai.  Curiosidades a parte o que me fez sentar aqui pra escrever novamente sobre vinho foi o fato dos vinhos recentemente provados pro ela serem basicamente encorpados e esta em busca de vinhos tintos mais leves e frutados 


Vamos diretamente as dicas e sem complicar porque a ideia é beber vinhos que nos agradam e não entender trigonometria para passar no vestibular. Um tinto para ser leve, de corpo médio e frutado depende diretamente da uva que vai ser utilizada, o ideal são uvas com bagos grandes e cascas finas que retêm pouco tanino, como a Pinot Noir, a Gammay, a Spätburgunder e por aí vai.

Outra dica são os tintos de regiões mais frias onde no final da maturação a uva não retem muito açúcar mantendo aquela agradável acidez responsável pela sensação de frescor que temos ao beber um vinho. Por fim o processo de vinificação, sem sangria, sem “engrossar” o mosto, como a maceração carbônica, muito utilizada nos Beaujoais, aquela em que o mosto inicial é originado não pela prensa nos bagos das uvas e sim o próprio peso delas, umas em cima das outras. Mantendo o frescor e aromas da uva.

Neste estilo o meu preferido é o Beaujolais, de preferência os Crus feito com a uva Gammay da França,  na Borgonha sul, logo acima de Lyon.

Hoje a Gamay domina a região sul da Borgonha, como toda a uva que produz muito e sendo mal conduzida pode levar a vinhos bastante simples. Bem trabalhada produz vinhos com baixo potencial de taninos, bastante frutada,  aromática e com acidez marcante, alguns produtores a vinificam para que possam ter mais tempo de garrafa. Para mim não importa, gosto dos Beaujolais justamente por serem vinhos novos, agradáveis e excelentes companheiros para longas conversas sem compromisso. Nesta época então é a pedida pra um papo nas raras brisas de verão (ventilador no meu caso)

Para os que ainda tem algum preconceito e não gostam dos roses este é uma alternativa, tão leve quanto e tão frutado quanto, apenas sem aquela cor e charme que só os roses têm. 

Já que estamos na Borgonha por que não um Pinot Noir Village, muito agradável, leve e bastante companheiro para pratos leves e uma boa conversa e a preços acessíveis.

Recentemente tive ma experiência com o Chinon, uma joia feita na cidade de mesmo nome na França, no coração do Loire. O que eu tomei era um assemblage com a nativa Cabernet Franc. Um belíssimo vinho de cor vermelho escuro, aromas de morango e cereja, na boca sedoso e delicado com bom final de boca.

A Alemanha entra com a sua Spätburgunder (Não sei a tradução mas vamos dizer que é um Borgonha atrasado), na verdade um clone da Pinot Noir, feito no sul do país em Baden (lembrou da cerveja ?) , muito bom, alegre, frutado e macio.

A Itália tem os vinhos do Piemonte, a Barbera, e o Dolcetto. O primeiro cor vermelho escuro, aromas que puxam mais para o apimentado, na boca um pouco mais de força e acidez, mais rústico, bem ao estilo italiano, mas imbatível com uma boa pizza. O segundo, apesar do nome, docinho, nada tem de doce, muito pelo contrário, seus aromas de frutos vermelhos e a acidez garantem um vinho bem refrescante e companheiro para os pratos leves e carnes brancas.

Pra não dizer que deixei uma de minhas paixões de lado, Portugal tem uma região que produz, neste estilo, vinhos de elite, o Dão. Região montanhosa entre o litoral, Bairrada e o interior o Douro. Aproveita os ventos frios que vem  do Atlântico para refrescar seus vinhedos no verão o que garante vinhos com boa dose de acidez e fruta. Somam-se as casta locais como a Alfrocheiro e a onipresente Touringa  Nacional, entre outras, garantindo todas as qualidades de um bom vinho tinto para a esta época, principalmente no preço.

Já na África do Sul, que ainda estou explorando,  tem os Pinotage, cruza de Pinot Noir com a Hermitage (Cinsault).  São vinhos vinificados ao estilo europeu, madeira na medida certa, o que garante a jovialidade e os aromas de frutas vermelhas que tanto queremos.

Eu não vou estragar a aventura de vocês escrevendo o nome dos vinhos. Anote essas uvas e combinações e vão até sua adega mais próxima descobrir o que mais lhe agrada. Não esqueça de compartilhar com a gente !!!





Vale a pena experimentar