Vinho ViVo


Este ano me propus a ler mais sobre vinho mas não os conhecidos autores, livros de prateleira, recomendações de experts. Quero ler mais sobre vinho mas nos grandes clássicos. Quero ler e reler alguns autores mas sob uma ótica um pouco diferente. Quero entender o que foi o vinho. Mas quero eu entender, do meu jeito e não do jeito que os inúmeros livros do tipo "A história do vinho" contam.

Quero ler isso direto das palavras de Homero, Sócrates e tantos outros. Chegarei a um lugar comum ? Talvez, mas tenho certeza que viajarei por lugares que não estão descritos nos livros de história do vinho.

Assim como a matemática me chamou a atenção por sua filosofia eu acho que vinho e filosofia tem tido por muito tempo uma relação simbiótica. Algumas das primeiras provas arqueológicas que nós temos para a existência de vinho vem do período Neolítico, na Arménia moderna e norte do Irã, uma olaria com jarros revestidos com resíduos de vinho foi datado de 5400 aC. Por 2500 aC, o vinho foi cultivado em Creta e, provavelmente, na Grécia também . Esses são os períodos de tempo que me interessam inicialmente: O quinto e o quarto séculos AC, quando filósofos gregos como Platão e Aristóteles tinham no vinho, sem dúvida, uma das origens ao diálogo filosófico profundo.

Diferente dá maioria de nós, os gregos não bebiam vinho durante o jantar,mas depois, após o jantar, eles voltavam para uma grande sala dedicada a esses eventos. As cerimônias eram iniciadas com brindes para os deuses, heróis caídos, e seus ancestrais e, em seguida, o consumo poderia começar a sério. Gregos misturavam agua a seu vinho em uma bacia especial (chamado de krater), as misturas poderiam ser ajustadas dependendo da seriedade dos assuntos a serem debatido, mas água era quase sempre acrescentada pelo menos em partes iguais para o vinho.

A filosofia foi sem dúvida um ponto central da conversa em muitos dos simpósios mas era a folia, muitas vezes prorrogada até tarde da noite, que era o ápice dos encontros. O que quero mostrar, porém, é que o vinho e a filosofia eram coincidentes: vinho certamente catalisou vários diálogos filosóficos.

Como não sou filósofo e não fiz um curso de filosofia (isto está nos meus planos) quero, através destas diversas obras clássicas olhar para o vinho juntamente com o seu contexto social e histórico na medida do meu conhecimento e pesquisas, mas sempre colocando a minha própria ótica e abrindo o espaço do blog para discussões. (Se é que alguem vai le-lo depois disso)

Muitos vão me perguntar sobre as crônicas, historinhas, mas esse ano eu quero mostra-lo como sendo um dos personagens das histórias classicas e não apenas um objeto de cena, mas sim como uma coisa viva que evolui pelo nosso tempo e pela nossa história.

Para aqueles que decidirem me acompanhar, agradeço e peço desculpas se em algum momento cair em lugar comum ou em didatismos mas acredito que alumas vezes será necessário para contextualizar algumas idéias mesmo que sob uma ótica diferente.