Al cine: Romance, a la vita: Comedia
Um dos leitores do blog viu em “ Um bom Ano” de Ridley Scott, o gladiador Russell Crowe sentar-se pra almoçar com uma garrafa de “ Lacryma Christi” e me mandou um e-mail pedindo mais informações sobre esse vinho que também apareceu em um dos meus textos.
Respondi que é um vinho típico das encostas do Vesúvio e bastante comum, nada excepcional que mereça o destaque em um filme.
A leitora me acusou de destruir sua fantasia em sentar-se num restaurante na região da Provence e pedir um “ Lacryma Christi”.
Propus-me então a encontrar um substituto que cumprisse a dupla finalidade de encher a boca, tanto pelo nome quanto pelo vinho mas mantendo a nacionalidade italiana do vinho em questão.
Para isto, vamos entrar no cenário do filme. Russel Crowe com seu cabelinho cortado em formato de tigela, a moça – que não me lembro agora quem era- mas vamos colocar em cena a Scarlet Johansson usando um dos figurinos do filme watchman, porque se a leitora pode sonhar, eu também posso. O restaurante está inundado pela magia esverdeada que emana da praça, um acordeão chora longínquo. Vamos esvaiar a charmosa Praça de Provence daquela massa ignara de turistas suarentos vestindo bermudas e tênis e também vamos tirar os camelôs e suas bugigangas.
Pintou o clima, Russel Crowe olha nos olhos de sua dama e pede: Corvo Duca di Salaparuta!
Gritam no fundo do estúdio: Não vale por a mãe no meio !
Corta ! Sai o Russel Crowe e vamos colocar o Jeff Goldblum com aqueles olhos esbugalhados de homem-mosca saboreando de antemão o corpo de Scarlet Johansson.
Vamos tentar outro: Passito di Panteleria !
Tira o Homem-Mosca e o cenário da Provence, entra um vale arenoso, os Canyons do Colorado, Harrison Ford com chapéu de Indiana Jones fala pra Sean Connery: A relíquia sagrada esta enterrada em algum lugar daquele vale, vamos pelo Passito di Panteleria.
Deixa pra lá, melhor usar o Chianti como em “Sob o Sol da Toscana” onde Diane Lane e o vinho se encaixam perfeitamente na poesia visual.
Vamos para o Vêneto, de novo Russell Crowe contempla o garçom e diz: - Um Valpolicella!
Scarlet cai em prantos: Você não me ama mais ?
Corta! Vamos de novo!
- Lambrusco di Modena!
- E pra mim uma Coca Diet, pede Scarlet
- Que tal: Est! Est! Est!
Que lástima, pensa Scarlet Johansson, um homem tão bonito, mas é gago.
- Uno Mastro Rosso, pede Crowe
Gago e gay, emenda Scarlet.
De repente, uma idéia. A solução! Eu tenho o vinho com nome e corpo: Brunello di Montalcino, um vinho fantástico, com nome forte. Pode chamar o Russell Crowe de volta!
- Crowe já era, retruca cansado o assistente de produção, mas aquele ali também é ator famoso.
Olho para o sujeito com cara engraçada, mas só reconheço quando ele trepa na cadeira e com os braços abertos sobre a cabeça grita:
- Brunello di Montalcino!!!!
É o Roberto Begnini.
A vida é dura minha cara leitora, nas telas: Romance, na vida: Comedia.
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Um comentário:
Haja imaginação!
Parabéns
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