Super-vilão do vinho ataca nos EUA

Quase todos os meses leio uma história sobre um roubo de vinho. Quer se trate de uma mulher mentalmente doente roubando vinho em mercado ou roubos de “alto nivel” onde garrafas podem valer milhares de dólares.

Dada a forma como o roubo de vinhos vem se tornando comum, não tenho certeza se é o sinal de um gênio ou um louco quando o alvo do roubo deixa de ser as garrafas raras e passa a ser as uvas.

Talvez o que estamos tratando aqui é um tipo super vilão - uma espécie híbrida entre Michel Rolland, Magneto e Curinga - um cara que pode puxar as uvas para fora da videira com sua mente, levitar-las em um tanque, e micro-oxigenar enquanto, gargalhando descontroladamente, pensa sobre como a gestão de tanino é a chave para a dominação mundial. Eu ate imagino a cena em uma pagina de historia em quadrinho.

Sabemos que ele deve ter algum super-poder, porque roubar quase 1 tonelada de uvas Mourvedre maduras, mesmo sob a capa da noite, é algo muito difícil de fazer sem ser apanhado. Você tem que ter um caminhão, preencher um um lote inteiro de banheiras de plástico com as uvas. E você tem que fazer isso sem arruinar as uvas, o que, é claro, estragaria o seu plano diretor.

Como a maioria dos super-vilões, porém, este parece não ter contato com o pequeno mundo do vinho do estado de Washington, EUA. O número de pessoas que fazem Mourvedre em Washington é muito pequena, assim como o número de pessoas que poderiam estar no mercado para comprar as uvas, se fosse essa a intenção dos ladrões. Não vai mesmo ser tão fácil se livrar da uvas (ou fazer o vinho), diferentemente de, como por exemplo, um quadro famoso ou uma garrafa de uma safra rara, o que provavelmente tem muito mais compradores clandestinos que uma pequena parcela roubada de uvas Mourvedre.

Quem sabe, talvez as uvas serão descobertas no meio do processo de fermentacao em algum lugar e nem tudo será perdido. Minha aposta: os perpetradores serão capturados antes do natal ou quando o vinho produzido por eles atingir o mercado. Caso nada disso aconteca, talvez nosso astuto detetive Ananias Casagrande ajude a solucionar este inusitado roubo de uvas, mas como se trata de Washington eu chamaria o Jack Bauer.

Leia a reportagem completa publicada no Wine Press Northwest

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