Vinho e Bom Senso

Não posso afirmar porque inventaram o vinho, mas tenho certeza que não foi pra chatear ninguém. Por isso não costumo indicar livros com intermináveis listas de nomes de vinhos que apenas confundem nossa cabeça na hora de comprar uma garrafa seja pra macarronada de domingo, churrasco com os amigos ou até mesmo para presentear alguém.

Nestes mais de 10 anos como apreciador de vinho sempre me deparei com dois grupos totalmente opostos, quando de trata da escolha, da harmonização e da degustação do vinho. De um lado as pessoas que simplesmente ignoram por achar complicado e em muitos casos até pedante o ritual de se degustar um vinho. No outro lado, aqueles estudiosos, mais ou menos conhecedores das “ciências ocultas” do vinho, e que fazem questão de deixar o assunto no nível de uma micro-cirurgia cardiovascular neonatal, ou seja, ou você é especialista ou um completo desconhecedor.

Como não tenho a intenção de gastar horas do seu tempo falando sobre um único assunto vamos as dicas, informações, conselhos, sugestões para a escolha e seleção de bons vinhos, seja para seu jantar, almoço de domingo, festa ou ate mesmo para acompanhar as refeições do dia-a-dia. Nada mais simples, saudável e direto, como o vinho deve ser.

Acho que um dos primeiros mitos que nos deparamos na frente de uma prateleira cheia de rótulos é: Vinho bom é caro?


Não. Vinhos caros são só caros.

Vinhos bons se encontram para todos os gostos e bolsos.

É claro que os rótulos mais raros e apreciados, serão sempre os mais caros. Mas um vinho raro e apreciado não significa que ele tenha qualidade ou até mesmo lhe agrade.

No início o vinho era fundamentalmente artesanal, e, portanto os bons vinhos consumiam muito tempo e habilidade dos produtores. Assim havia uma relação direta entre a qualidade e o preço.

Acontece que com a industrialização da produção do vinho (o que não significa necessariamente que se tornaram artificiais) os processos foram se tornando mais científicos e repetitivos fazendo com que a qualidade do vinho subisse de forma que hoje podemos produzir excelentes vinhos em quantidades, consideradas antigamente, muito grandes, ou seja, a tecnologia permitiu produzir bons vinhos a preços acessíveis.

O mais importante é encontrar vinhos que caibam no seu orçamento e acima de tudo lhe dê prazer ao beber, o resto é marketing ou neura.

Hoje em dia os vinhos da Argentina e Chile figuram entre os que possuem uma relação custo x qualidade muito interessantes e que agradam a paladares tanto de pessoas que estão começando a apreciar a bebida quanto àquelas que já inseriram o vinho em seu dia-a-dia.

Na dúvida, consulte a adega mais próxima, experimente novos rótulos e vá descobrindo o que melhor lhe agrada, faça cursos, frequente degustações, leia livros. Você vai continuar sabendo pouco sobre vinho, como todos nós, mas estará mais seguro e feliz e disposto a conhecer mais sobre o assunto.

Bebendo vinho, claro.


Bom Senso: Em se falando de vinhos, use primeiro a experiência e depois o raciocínio.

Um comentário:

Andre Martin disse...

Bom senso! Nome do post e do primeiro artigo.
O bacana (tudo a ver com bacanal, o deus do vinho, Baco) é que "senso" serve tanto para sensatez, ponderação, equilíbrio, quanto para sensação, sentido, saborear.
Um brinde inaugural para você!!
Saúde!

Vale a pena experimentar