Vinho: Uma lição de humildade e honestidade

Acho que todo mundo já ouviu que vinhos do novo mundo como americanos, neozelandeses, australianos desbancaram vinhos tradicionais franceses e italianos em degustações às cegas,aquelas degustações onde os participantes não vêem a garrafa do vinho que bebe, evitando desta forma qualquer influência externa na avaliação do vinho. A degustação às cegas é antes de tudo, uma "lição de humildade", que nos coloca frente a frente com nossas experiências, convicções, conhecimentos e sensações e mostra que situações deste tipo não é lenda urbana e está longe de ser algo raro de acontecer.

Degustar um vinho é um exercício contínuo de honestidade, onde somente as reais sensações e percepções nos interessa, deixando de lado toda a mistério e o marketing que costumam cercar os vinhos mais famosos e caros pois poucos se arriscam a criticar um vinho famoso em público, temendo passar por ignorante.

Na verdadeira degustação às cegas, todos os participantes se sentem absolutamente à vontade para criticar as qualidades e os aspectos negativos, democraticamente identificados por meros números e com seus rótulos criteriosamente escondidos. Esta é a única forma de se analisar um vinho com isenção, o que certamente acaba por contrariar interesses, especialmente daqueles que não querem que o consumidor seja devidamente esclarecido e que continue a consumir os vinhos de sempre, sem questionar sua qualidade ou buscar novas alternativas.

Por esta razão, as degustações profissionais e até mesmo entre amigos quando possível, devem ser sempre às cegas, com toda a responsabilidade que isto implica, sem outra preocupação que não seja a de se estabelecer a verdadeira qualidade de determinado vinho e a de buscar vinhos que atendam ao princípio básico de qualquer produto: ter uma relação custo/benefício favorável aos consumidores, entre os quais obviamente nos incluímos.

Saúde e até a próxima

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